Grande Hotel Budapeste

Confesso que Wes Anderson não está entre os meus cineastas favoritos, mas o visual dos filmes dele sempre me encantam. Um ar vintage elegante, com personagens bem marcados e trilha sonora impecável. Meu namorado adora "Viagem a Darjeeling", filme do diretor com Owen Wilson, Adrien Brody, Natalie Portman e Jason Schwartzman. Não é um filme fácil de ver, por vezes muito longo, cansativo.

O Moonrise Kingdom, filme anterior do diretor, por exemplo, deixei de lado, não sei se pelo cansaço ou pela falta de paciência. Talvez eu tente ver novamente depois de Grande Hotel Budapeste. Talvez agora Wes Anderson tenha acertado no ponto. O filme, em nenhum momento cansa, as histórias e os personagens são interessantes, a trilha já encanta nas cenas iniciais. O roteiro flui de forma natural, apesar de contar a história da história.

Filmes com ótimas trilhas sonoras já me ganham de primeira. O compositor Alexandre Desplat é o responsável pela delicada e marcante trilha do filme. Francês, ele já criou trilhas para "A rainha", "Harry Potter" e "O curioso caso de Benjamin Button". A música já introduz o filme como se você fosse assistir um conto de fadas, mas que não é tão colorido como se pinta.

Para quem quiser ouvir a trilha completa, clique aqui.

O filme foi inspirado pela literatura do austríaco Stefan Zweig (que curiosamente passou seus últimos dias de vida aqui no Brasil, em Petrópolis). Os personagens de Zweig possuem emoções incompreendidas mas não verificadas. Há assassinatos, casos ilícitos, suicídios e manipulação psicológica diabólica. Segundo Wes Anderson, dois personagens são vagamente representação do escritor: o autor, interpretado por Tom Wilkinson e Jude Law e M. Gustave, interpretado por Ralph Fiennes.

Somos introduzidos no começo do filme ao hotel, já em seu período de decadência, mostrando seus hóspedes fiéis e solitários. A suntuosidade do lugar impressiona. Jude Law, um jovem escritor, conta a história do hotel, narrada por Zero Moustafa, o "Lobby Boy", que agora é o dono do Grande Hotel Budapeste. O trunfo do filme são os dois atores principais da história: Ralph Fiennes e Tony Revolori, respectivamente o concierge M Gustave e o lobby boy Zero. A relação dos dois vai se desenvolvendo de uma mera relação patrão e empregado, para uma amizade sem precedentes. Os dois se envolvem em algumas aventuras depois de M. Gustave herdar um quadro de uma senhora solitária de 84 anos que se confortava com ele no hotel.

 O filme é uma mistura de conto de fadas com humor negro. O "lado negro da força" é interpretado pelos atores Adrien Brody (Dmitri, filho da senhora falecida) e Willem Dafoe (o capanga da família). O elenco fantástico, com atores já vistos em outros filmes de Anderson, como o lendário Bill Murray e Owen Wilson. 

Esse final de semana ocorreu a pré-estréia aqui no Brasil. Aproveite para ver no cinema, vale muito a pena. No final da sessão, me diz se você ficou com vontade de provar um doce do Mendls e sentir o aroma do L`air de Panache!